BOM JARDIM DE MINAS

 

Bom Jardim de Minas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 6.513 habitantes. Está localizado na Zona Sul do Estado de Minas Gerais. Pertence à Bacia do Rio Grande, a área do Município é de 438 km2, desmembrada em dois distritos, a sede é Taboão.

A fazenda recebeu a denominação de "Fazenda Bom Jardim", a origem do nome da cidade, devido a um belo e bem cuidado jardim que havia na frente da fazenda, jardim esse com flores de grande variedade e rara beleza. Nas proximidades desta fazenda começaram a surgir pequenas moradias e, logo, formou-se a Freguesia do "Bom Jardim", pois nesta época foram chegando também os portugueses para explorar ouro no Rio Grande.

Quando Manoel Arriaga e seu compatrício, Antônio Corrêa de Lacerda, vendo o desenvolvimento da Freguesia de Bom Jardim, resolveram fazer uma pequena capela no terreiro da Fazenda Bom Jardim, onde praticavam orações, terços e novenas. Ao terminar a capela, em 1770 (Data impressa no altar-mor da velha matriz). Antônio Corrêa de Lacerda pediu a seu sócio para colocar como padroeiro da freguesia o "Senhor Bom Jesus de Matozinhos", pois já era devoto deste Santo devido haver herdado de seu pai, João Batista Marques, que trouxe de Portugal uma pequena imagem do Bom Jesus de Matozinhos. Arriaga atendeu prontamente o pedido do compatrício, assim foi introduzida na capela. Esta foi a primeira imagem do "Senhor Bom Jesus de Matozinhos", venerada por muitos anos na pequena capela no terreiro da Fazenda Bom Jardim.

Depois mandaram esculpir, em 1781, a imagem oficial, que é a que veneramos até hoje na Igreja Matriz. Segundo um historiador e restaurador oficial de São João del-Rei, ela foi esculpida em cedro vermelho, coberto com pele de carneiro e emassado com massa de primeira qualidade. O artista que o esculpiu cometeu um erro ao fazê-lo; o fez com quatro cravos. O correto em todas as imagens do Cristo Crucificado é com três cravos: Um na mão direita, um na mão esquerda e um nos pés, sobreposto ao outro.

Seus olhos são feitos em marcassita, um olhando para a terra e outro para o céu.

Segundo o livro "O Sonho" de autoria de João Batista Marques Junior, página 201 á 202 descreve: " A imagem do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, excelso e venerando Padroeiro da Matriz do Bom Jardim, pela primeira vez percorreu as ruas da freguesia, assistida e acompanhada em solene procissão por uma numerosa multidão de fiéis d'antes nunca vista, em 21 de Abril de 1873, dia de fulgurante festa celebrada em honra do Glorioso Padroeiro, nos tempos passados, 83 anos decorridos, não era costume sair com a Imagem de seu trono. Tanto que não existia na Matriz, nem consta que tivesse existido um andor apropriado para a imagem, e o que desde então vai servindo foi feito nessa ocasião por Belizário Ribeiro de Carvalho".

A primeira imagem do Senhor Bom Jesus do Matozinhos, foi trazida de Portugal pelo senhor João Batista Marques. Ela é barroca, na cruz tem o acabamento em ouro na sua base, e nas suas extremidades tem quatro resplendores, sendo dois á direita e dois á esquerda, é também em ouro o seu acabamento. Esta preciosa imagem hoje pertence á senhora Adélia Lacerda Arêdes, que é neta de João Batista Marques Junior, que era bisneto de Antônio Corrêa de Lacerda, um dos fundadores de Bom Jardim.

A parte central da capela foi ampliada em 1800, por ocasião da elevação de Bom Jardim á sede de Freguesia.

Em 12 de fevereiro de 1892, Antonio Corrêa de Lacerda e sua esposa D. Ana de Souza D'Guarda doaram todo o seu patrimônio em terras á Igreja do Senhor Bom Jesus do Matosinhos. Antônio Corrêa de Lacerda veio a falecer em 1903, depois de onze anos de doação.

A torre da velha Matriz foi construída em 1925, como pedreiro-chefe, Joaquim dos Santos (Joaquim estocador), José Pena e Altivo Ramalho.

Como detalhe, o cemitério da cidade está localizado ao lado da Igreja Matriz (Hoje Capela dos Passos) é uma característica da época e tinha a finalidade de despertar reflexão sobre a morte e amparar como mãe os seus fiéis.

Auguste de Saint-Hilaire fala em seu livro "Viagem pela região do Rio Grande", capítulo 5, página 57, chegando nas proximidades do Arraial do Bom Jardim, em 1819, expressou: "Em meio aos morros nus e desertos que se apresentavam diante de meus olhos quando saí da mata, deparei com a Capela de Bom Jardim do Turvo, construída no alto da colina, quebrava um pouco a monotonia da paisagem". 

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